segunda-feira, 25 de janeiro de 2021 3f5h4c

José Cione - Uma vida dedicada às letras 2w285p

Especial de aniversário de A Comarca
homenageia José Cione.

A Comarca completa neste domingo, dia 17 de janeiro de 2021, 106 anos de vida. Criado em 1915 com o nome de “O Município”, nosso jornal mudou para o nome atual, “A Comarca”, em 1954, quando deixamos de ser dependentes juridicamente da cidade vizinha de Bebedouro. Foram datas marcantes para Monte Azul Paulista, e nosso jornal faz parte desta História, em especial com a família Cione, criadora de nosso hebdomadário.

E para celebrar nosso aniversário vamos falar de seu principal personagem, José Cione, ou Giuseppe Cione, ou simplesmente Zeca Cione para os mais íntimos, o fundador do jornal. Nascido em Bagnoli Irpino, na Itália, a 19 de abril de 1873, veio com sua família para o Brasil em fins do século XIX, sendo seu pai Miguel Cione e sua mãe Philomena Stíscia Cione, tendo como irmãos Pietro, Januário, Vicente, Caetano, Thereza, Domingos, Grazia, Adelaide e Benjamin. Casou-se em 21 de dezembro de 1901 com Annita Merlini Renucci e tiveram nove filhos: Miguel, Laura, Flora, Nestor, Alzira, Yolanda, Aida, Lamartine e Olivia. Sua família (italiana) era formada por distintas damas e cavalheiros, educados da melhor forma, pois formaram-se como advogados, jornalistas, professores, juízes de paz, todos muito cultos e cultas, como o patriarca e a matriarca. Assim, é fácil perceber por que José Cione formou-se como professor e jornalista, sendo um dos mais respeitados da época. Seu irmão, Januário, já havia se destacado como jornalista em outras cidades, e José seguia o mesmo caminho.

Certidão de Nascimento
italiana de José Cione.


Sua ligação com Monte Azul Paulista começou bem no início da História de nosso município, quando ou a residir aqui, sendo um dos primeiros professores. Pioneiro no lançamento de jornais no Estado, fundou e gerenciou diversos periódicos, não somente em nossa cidade, com profundo talento e criatividade. No início do século XX, quando nossa cidade era apenas distrito de Bebedouro, além de exercer a profissão de professor, ele construiu um comércio chamado Bazar Carlos Gomes que, no início de 1915 (ou fim de 1914), com a  criação de nosso município, sob grande influência de seu irmão, pelo qual seria o seu arauto, o capitão Domingos Leonardo Cione, destacado político (seria o primeiro presidente da Câmara Municipal de nosso município), criou o que seria o órgão impresso representante oficial do Partido Republicano Paulista, o PRP, o jornal “O Município”, junto ao comércio que mantinha e sua tipografia, à rua Marechal Deodoro da Fonseca, no local onde atualmente está a Casa da Cultura, que está em reforma. O seu bazar vendia livros, material escolar e diversos itens relacionados à tipografia da época.

Capa da primeira edição de O Município,
atual A Comarca, de Monte Azul Paulista-SP.

Fotomontagem da sede de O Município (atual A Comarca) em 1917,
que funcionava à rua Marechal Deodoro da Fonseca, centro de Monte Azul Paulista.

Sua influência foi grande em diversos segmentos em Monte Azul Paulista, e até no próprio Estado de São Paulo. Foi um dos idealizadores e membro nato da Associação Paulista de Imprensa, e também vice-presidente e fundador do Centro Regional de Imprensa, em São Paulo, SP. Exerceu o cargo de professor por muito tempo, fazendo parte da Sociedade Italiana de Monte Azul, que ajudou a fundar, inclusive escrevendo suas atas de reuniões. Sua capacidade intelectual era imensurável, e assim ajudou em diversos setores, como o esporte. É dele a ideia do nomeAtlético Monte Azul”, quando de sua fundação, a 28 de abril de 1920. Foi também oficial da então Guarda Nacional, importante posição de destaque na época.

Vemos em nossas páginas que, enquanto ele foi o redator do jornal, manteve sempre uma postura respeitosa, mas crítica, firme em suas convicções, com uma educação exemplar, sendo considerado modesto, ou bem humilde, por seus amigos e conhecidos, e como percebemos pelos artigos, análises, e até notícias veiculadas. Sempre manteve essa postura, inclusive em tempos de crises políticas, onde procurava não expor o jornal, apesar de sabermos que tinha simpatias por determinados políticos. Ele, como bom jornalista, manteve-se firme em sua neutralidade por diversas vezes. Nosso município era pequeno, mas as disputas políticas sempre foram acirradas, e poucos foram unânimes em suas atitudes. Pode-se dizer que José Cione foi um deles. Sem dúvida, um homem de letras, equilibrado e responsável. Um brilhante professor e jornalista exemplar.

José Cione com sua esposa, Annita Renucci Cione.

José Cione e sua esposa, Annita, com cinco de seus nove filhos:
Miguel, Laura, Flora, Nestor e Alzira.

Pouco antes de seu falecimento, já bastante enfermo, ainda disse para todos: “Viva o Brasil”. Como italiano de nascença, faleceu a 23 de setembro de 1942, em plena crise da Segunda Guerra Mundial, quando a Itália fascista havia se tornado nossa inimiga. Para ele, o Brasil era sua pátria e Monte Azul Paulista sua terra. José Cione havia deixado o jornal para um de seus filhos, Lamartine, e seu genro, Abes Abrão, casado com a sua filha Alzira. Tinha 70 anos incompletos, vivia em sua residência, à rua São Pedro, no então nº. 13, (em outro edifício, onde atualmente existe a residência de Regina Gomide) e foi reverenciado, após o seu falecimento, em várias edições de nosso jornal, em outros periódicos e por diversas personalidades importantes da época. Deixou um legado inestimável, fonte de pesquisas e principal material histórico de Monte Azul Paulista. Naquele ano de 1942 deixou os seguintes filhos: Miguel Cione, farmacêutico, casado com Leonor Pagliarini Cione, Laura, casada com Angelo França, Flora, casada com João da Silva Bruno, Nestor Antônio (Tonino), casado com Aurora Carvalho Cione, Alzira, casada com Abes Abrão, Iolanda Cione, Aida, casada com Vitório Rigoldi, Lamartine (que se casaria com Cyonéa Villas Boas), e Olivia, casada com Carlos Alberto Macedo Cardoso. Na época tinha 11 netos. Seus restos mortais estão no mausoléu da família Cione, no cemitério municipal Américo Benhossi, em Monte Azul Paulista. Sua esposa, Annita, viria a falecer em Monte Azul Paulista no dia 13 de março de 1955.

Capa de O Município anunciando o falecimento
de seu fundador, José Cione, em 1942.

Contracapa da edição que anunciou o falecimento.

Abaixo, as primeiras páginas das edições seguintes ao falecimento de José Cione.




Mausoléu da família Cione em Monte Azul Paulista-SP.


A Comarca ou a ser dirigida, a partir de 17 de novembro de 1940, ainda com o nome O Município, por Abes Abrão, tendo como redator Lamartine Cione, cargo que já exercia após a enfermidade do pai. Em pouco tempo, Lamartine, também professor e jornalista, seguiu o exemplo do pai, mantendo o jornal também de forma exemplar como diretor e redator. Depois, em 1959, em virtude de mudança com a família para São Paulo, SP, Lamartine decidiu vender o jornal (e a gráfica) para os irmãos José Oscar Arroyo e Osvaldo Expedito Arroyo, sendo o primeiro o principal mantenedor do jornal, pai do atual proprietário (desde 2007), José Eduardo Arroyo, e do responsável anterior, José Julião Arroyo.

Um jornal que nasceu como tantos outros, da política, se transformou no principal veículo de divulgação de notícias de Monte Azul Paulista, que hoje tenta se renovar em parceria com a internet e outros meios de comunicação, procurando seguir os os deste homem exemplar, o principal responsável por essa História.

A Comarca agradece a José Cione e sua família por tudo o que fez, não somente pelo jornal, mas por Monte Azul Paulista e sua História. Muito obrigado! Parabéns pelo belo trabalho! E a todos que, de alguma forma, ajudaram a construir essa História.


José Cione
19/04/1873
23/09/1942




terça-feira, 13 de outubro de 2020 374b4l

MEMÓRIA: CORONEL AURELIANO JUNQUEIRA FRANCO 1w5r2n

Gente da Nossa Terra (GNT) procura contar um pouco da história de grandes personagens da História política de Monte Azul Paulista, de pessoas que ajudaram a desenvolver a nossa cidade. Em tempos de eleições municipais, onde atualmente coisas básicas são reverenciadas como grandes conquistas, é preciso sempre lembrar que tivemos grandes políticos, que além de conseguir muito para o município, ainda doaram parte do próprio patrimônio, deixando um legado inestimável. Nesta edição retratamos um pouco da vida do Coronel Aureliano Junqueira Franco, o famoso Coronel Licas, que entre tantos serviços prestados e importantes colaborações, teve merecidamente seu nome gravado no Grupo Escolar, inaugurado em 1951, pelo governo do Estado, e também numa praça municipal.


CORONEL LICAS

Para chegar a esta história pesquisamos os livros “As Ruas de Minha Terra” e “Monte Azul Paulista - A História de sua existência”, ambos de João Francisco Massoneto, que retratam a denominação da praça Coronel Licas e um pouco da História deste importante personagem para o município. Também pesquisamos os exemplares de nosso jornal de sua época. O nome desse digno cidadão é Aureliano Junqueira Franco, filho de Antonio Júlio Junqueira Franco e de Carlota Ubaldina Diniz Junqueira, nascido a 4 de agosto de 1875 na Fazenda da Barra, que pertencia a Bebedouro. Viria a se tornar o Coronel Licas.

Coronel Aureliano, sua esposa Adelina e seus 8 filhos em 1930.

FAMÍLIA JUNQUEIRA

A tradicional família já residia e possuía terras em nossa região, antes mesmo da fundação de Monte Azul Paulista. Após Felipe Cassiano e Joaquim da Costa Penha darem início ao Patrimônio, tiveram, entre outros, como fiel aliado Aureliano Junqueira Franco, que durante toda sua vida, até o seu falecimento, em 7 de setembro de 1949, esteve à frente de partidos políticos, envolvido direta ou indiretamente no engrandecimento da nossa cidade.

TERRAS

Consta que no início, por volta de 1896, quando da fundação do Patrimônio, a família Junqueira, tendo à frente Aureliano Junqueira Franco, teria doado terras para a formação do mesmo, e isto faz sentido, pois a rua São Pedro, em direção a Colina, situava-se na Fazenda Palmeiras, propriedade da família, que incluía suas imensas glebas de terras. Hoje há convicção de que parte da cidade está localizada na então fazenda Palmeiras.

Coronel Aureliano, sua esposa e parte da família Junqueira em 1940.

POLÍTICO

Coronel Aureliano Junqueira Franco foi vereador e presidente da Câmara Municipal, eleito em 23 de maio de 1936 quando os Poderes Legislativos voltaram a se reunir, após o governo de Getúlio Vargas, em 1930, extinguir o Poder Legislativo. Entre tantos serviços prestados, marcou seu nome para sempre na História de Monte Azul Paulista quando foram queimados pelo Embaixador José Carlos de Macedo Soares, em ato simbólico no edifício em construção do futuro Grupo Escolar, os papéis de uma suposta dívida, de valores bem altos, com o município de Bebedouro, que nunca havia sido provada com documentos. Sua atuação foi fundamental para encerrar um ciclo que estava segurando o desenvolvimento do município. Foi um árduo defensor da Educação, batalhando sempre pelo ensino. Consta que o primeiro grupo escolar da cidade, instalado em 20 de julho de 1918, teve o Coronel Licas como principal batalhador pela conquista. Assim, após o seu falecimento, mereceu uma importante homenagem. Teve seu nome gravado na inauguração do então Grupo Escolar, em 1951, que atualmente se chama EMEF Cel. Aureliano Junqueira Franco. A Prefeitura também resolveu nomear uma praça com o seu nome, onde hoje estão o Clube Recreativo Monteazulense, a Maternidade Fernando Magalhães e o Saúde da Mulher.

Queima dos papéis da "dívida" de Monte Azul Paulista nas obras do futuro Grupo Escolar, em 1946.

FAMÍLIA

Aureliano Junqueira Franco deixou um legado político inestimável. Foi um dos principais nomes que comandaram a organização dos primeiros terrenos do município, junto com o capitão Domingos José Cione. Colaborou para ser construída a primeira capela do Senhor Bom Jesus na praça Rio Branco, a primeira delegacia, e outros edifícios públicos. Foi Juiz de Paz, ou Juiz de Casamentos, em 1916. Residiu à rua São Pedro, no então número 10, próximo à atual casa lotérica, onde hoje existe um terreno vazio, murado. Foi casado com Adelina Junqueira Franco, e tiveram 8 filhos: Mauro, casado com Maria José Kuhlmann Junqueira Franco, Maria de Lourdes, casada com José Henrique de Azevedo Marques, Jefferson, casado em primeiras núpcias com Maria Aparecida Marinho, e em segundas núpcias com Maria Aparecida Junqueira Franco, Washington, casado com Adelina Botelho, Newton, casado com Olga Barbeiro Messas, Norma, casada com Darci Rocha Campos, Jairo, casado com Marta Dib Junqueira Franco, e Caio, casado com Anita Diniz Junqueira. Muitos de seus descendentes vivem atualmente no município, e seguem seu exemplo de amor e dedicação ao município. 

Capa de nosso jornal, na época "O Município", em 1949.




A notícia sobre o nome dado ao Grupo Escolar pelo Governo do Estado em 1949.

Reprodução da notícia acima.

segunda-feira, 17 de junho de 2019 5g189

ATLÉTICO MONTE AZUL

A LEMBRANÇA DE 10 ANOS E O O ATUAL 

Elenco e Comissão Técnica de 2009 do Atlético Monte Azul.
Elenco e Comissão Técnica de 2019 do Atlético Monte Azul.
As duas fotos acima mostram duas equipes vencedoras do Atlético Monte Azul. A primeira, de 2009, venceu a Série A2 do Campeonato Paulista de Futebol, sagrando-se campeã e subindo à elite. A segunda, vencedora deste ano de 2019, sagrou-se vice-campeã e subiu para a Série A2 de 2020.
Duas grandes equipes, que mostraram o amor pelo clube e a seriedade no trabalho, ambos com muita competência. Logicamente, o investimento de 2009 foi bem diferente deste ano de 2019, explicado pelas grandes mudanças que ocorreram em nossa cidade, e no país.
Abaixo, publicamos algumas fotos da conquista de 2009 e do o de 2019, em dez anos que se aram. Parabéns a todos!!!

TÍTULO DE 2009:









O adversário Rio Branco de Americana, que perdeu por 3x2.


O DE 2019 (VICE-CAMPEÃO):










O adversário Audax, que foi o campeão de 2019.