segunda-feira, 11 de julho de 2022 4f3o2v

MONTE AZUL PAULISTA - 126 ANOS DE FUNDAÇÃO (parte 1) 4x3v

CONQUISTAS - Fatos e Fotos
INTRODUÇÃO: Os alicerces de uma sociedade são fundamentais para que ela se sustente e mantenha um padrão de vida que signifique uma constante, uma permanência e fixação concretos, com qualidade, desenvolvimento e progresso para toda a população. Assim, mais dificilmente ela se dirigirá à decadência. E a sociedade que mencionamos não é aquela rica, milionária, repleta de futilidades, e ainda para poucos. Na verdade, a sociedade concreta que precisa existir tem seus alicerces na educação, no respeito, na preservação da Justiça e direitos, na manutenção de suas obras e na preservação da saúde e da liberdade, dentro dos parâmetros legais, que exigem também os deveres de cada cidadão. Monte Azul Paulista completa no dia 29 de junho de 2022 mais um aniversário. São 126 anos de existência, onde o desafio é constante, pois apesar da idade, somos ainda uma pequena cidade, um pequeno município, que procura os seus alicerces, o seu apoio, sua base e sustento. Dependemos ainda, e muito, do Estado e do governo federal para nos mantermos. Nossa economia é limitada, com poucas indústrias, um comércio sacrificado (principalmente em tempos de internet), e serviços públicos que ainda deixam a desejar, apesar das inúmeras melhorias que foram surgindo ao longo dos anos. A nossa capa deste Especial de Aniversário é uma alusão à cultura greco-romana, embrião da cultura ocidental, influenciadora de quase toda a nossa vida. Os gregos e romanos sempre demonstraram em suas construções como funcionava sua sociedade, que valorizava a beleza, mas de uma forma que pudesse refletir como eram importantes também a cultura, as artes e os esportes. Heróis eram exaltados em sua arquitetura. Deuses eram reverenciados em todos os aspectos, de acordo com as crenças da época. E o que isso teria a ver com a nossa atual realidade? Simples responder. Somos uma sociedade ainda em construção, e esperamos que não seja para sempre assim. Um dia temos que chegar a ser justos com todos, ou menos injustos com a maioria. A sociedade greco-romana também era uma sociedade injusta, repleta de erros, mas, como a atual sociedade ocidental europeia e norte americana, assim como em outros países de sua influência, conseguia fazer com que a maior parte de sua população conseguisse viver dentro de melhores parâmetros, principalmente com liberdade e respeito ao indivíduo. O nosso país sempre procurou seguir essas metas, mas por incompetência, corrupção ou outros problemas, nunca conseguiu chegar perto disso, e a julgar pelos atuais políticos, em sua maior parte populistas irresponsáveis ou malandros, dificilmente conseguiremos. Nossos alicerces, infelizmente, são frágeis demais, mas ainda dá tempo de mudar tudo isso, afinal, temos mudanças iniciando em muitos sentidos.
FUNDAÇÃO: Monte Azul Paulista nasceu de uma promessa de cunho religioso, mais precisamente de um católico devoto, que depois se juntou a outros católicos e formaram o patrimônio do Senhor Bom Jesus, doando terras para a igreja e construindo a cidade. Corria o ano de 1896, e nossos primeiros alicerces estavam ali, expostos, e outros sendo construídos. O primeiro alicerce foi a igreja católica, base para a construção, que, a partir do segundo alicerce, a família de uma pessoa doente, no caso a esposa de Felipe Cassiano Alves (ou Cassiano Felipe Alves), que a partir de sua cura decidiu, graças a uma promessa, doar uma terra para a igreja construir uma nova cidade, ou um patrimônio. Juntou-se a Joaquim da Costa Penha (ou Capitão Neves), também devoto do Senhor Bom Jesus, e decidiram, junto a muitos outros residentes na região, doar terras para a construção do novo patrimônio. Escolheram uma colina na divisa de duas propriedades, Fazenda Palmeiras (ou Cachoeirinha) e Fazenda Avanhandava (ou Avanhandavinha). Ali, mais precisamente onde hoje se encontra a fonte luminosa, na praça Rio Branco, Romualdo Pereira (ou Romualdo Antonio Pereira, ou Remoardo de Tal) desmatou as proximidades e Felipe Cassiano traçou uma cruz na árvore. Era o dia 29 de junho de 1896, portanto, data de fundação de Monte Azul Paulista. Na época chamaram a nova cidade (ou patrimônio) de São Bom Jesus do Avanhandavinha. Meses depois, foi colocado um cruzeiro no local. Como se sabe, a região pertencia ao município de Bebedouro, e sua área ou a ser realmente do patrimônio somente em 1909, quando foi registrada, apesar de ter uma escritura desde o ano de 1897, quando 25 alqueires foram doados em nome de Joaquim da Costa Penha. Sabe-se que nem toda a área era dele, mas teria sido feita assim para facilitar a doação. No registro da escritura, em 1909, já se sabia a respeito da planta da cidade, que parece uma teia de aranha, e tinha as quadras demarcadas com as datas. Destas, muitas não foram doadas à igreja, ficando reservadas a alguns dos doadores, em especial Joaquim da Costa Penha, que pretendia doar a investidores, entidades e/ou novos moradores, com a finalidade de ajudar a desenvolver a cidade, como se percebeu mais tarde. Além dessa área, mais alguns alqueires teriam sido doados ao patrimônio posteriormente, mas nunca registrados.
Rua São Pedro no início do Século XX.
BASES: Os primeiros dez anos de nossa cidade foram de apreensão, pois vivíamos ainda uma época de pouco dinheiro em nossa região, com uma vida mais rural, com a população vivendo em sua maior parte em colônias de fazendas, cultivando cafezais, arroz, milho, trigo, e demais alimentos, além da pecuária. Assim, na cidade que estava nascendo começavam a chegar os primeiros habitantes, em geral imigrantes italianos, espanhóis, libaneses e sírios, mas também tínhamos os portugueses, alemães e os migrantes brasileiros de outros estados. A grande maioria acreditava na riqueza da região, em especial com os cafezais. Os primeiros edifícios, ainda modestos, eram construídos, a primeira capela católica, próximo ao local do cruzeiro, o primeiro comércio, as primeiras casas. Tudo ainda modesto e cuidadoso nessa primeira década. A partir de então, alguns nomes começam a se destacar por seus trabalhos e sua importância, que seriam históricas. Além dos já citados fundadores, Aureliano Junqueira Franco (ou Coronel Licas) e Domingos Cione eram os principais nomes da época, e figuram como grandes alicerces de nosso município, exemplos de boa conduta. A partir da década seguinte, novos nomes começam a surgir, com uma sociedade mais dinâmica e diferenciada, repleta de todo tipo de comércio, com salões, clubes, livrarias, jornais e cinema, mostrando o quanto a cidade já se revelava. A chegada da linha do trem em 1910 contribuiu para isso, mas tudo era graças aos cafezais, que enriqueciam parte da população, gerando mais riquezas e, consequentemente, modificando a paisagem urbana. Fácil perceber até os dias atuais quantas construções sólidas foram feitas na época. Foi naquele ano fundado o primeiro jornal de nossa cidade, chamado “O Monte Azul”, por Galdino do Amaral Sales. O ano de 1915 foi marcante para o nosso desenvolvimento. Monte Azul deixou de ser distrito de Bebedouro e ou a ser município, mostrando como cresceu rapidamente. Nosso jornal foi fundado naquele ano, com o nome “O Município”, pelo professor José Cione (ou Giuseppe Cione), representando o Partido Republicano Paulista, dominante à época. O primeiro edifício que funcionou como Cadeia Pública foi inaugurado naquele ano.
IGREJA MATRIZ: Aqui cabe um parêntesis para contar um pouco da História de nossa paróquia Senhor Bom Jesus, que completa neste ano 120 anos de fundação. Todos sabem que o principal símbolo de nossa cidade é a majestosa igreja matriz, na praça Rio Branco, que começou a ser construída, para substituir a primeira capela, em fins dos anos 1900, mas que só conseguiu realmente ser edificada após 1917. A primeira capela foi construída pelos fundadores, de modo precário, bem simples, mas após 1907, decidiu-se pela construção de uma maior, devido ao grande número de fieis católicos que já viviam na cidade. Padre Domingos Pardi foi o responsável pelo lançamento da pedra fundamental da igreja matriz no dia 8 de dezembro de 1907. Depois, aria por muitos outros padres, sendo os principais Mariano Patella e José Gonçalves Branco. Este foi o responsável pela inauguração da igreja matriz, com a finalização do telhado e a imagem do Senhor Bom Jesus (que tudo indica ser ainda a atual, restaurada), no ano de 1917. A então igreja continuou a ser modificada e melhorada com o padre Abel Mendes Telles, que pintou e fez o forro de estuque na igreja a partir de 1921. O primeiro sino chegou em 1924 e o relógio da torre em 1927. Os primeiros altares de mármore foram instalados com o padre Carlos Simões da Rocha, que veio para Monte Azul em 1929. Como podemos perceber, até a crise do café, a igreja, mesmo devagar, conseguiu ser edificada de forma concreta, com a participação da sociedade, através de inúmeras campanhas realizadas à época, com doações vultosas, pois vivíamos uma época de prosperidade. Nossa igreja matriz com certeza é uma das belas construções da época, preservada, aumentada e modificada ao longo dos anos. Sempre um cartão postal da cidade, no centro de tudo, o alicerce inicial.
CONSTRUÇÕES: A década de 1920 foi pródiga em nosso desenvolvimento, com a expansão das linhas telefônicas, da energia elétrica, do calçamento de nossas principais ruas e até da chegada de agências de veículos, como a Ford e a Chevrolet. Mas o que realmente chama a atenção da época, que permanecem até hoje, são as construções sólidas e edificantes, que deixam marcas incríveis na arquitetura monte-azulense. Inúmeras construções mostram a pujança da época, como a construção da caixa d´água na praça Rio Branco, quase um monumento, difícil de construir naquela ocasião, que mereceu destaque em nossas páginas, ao canalizar a água em todo o perímetro urbano central. Também foi iniciada na época a construção do prédio da estação de trem, tão fundamental para a cidade, mas que foi muito criticada na época devido a ser construída no meio do que seria a rua Floriano Peixoto, impedindo o trânsito naquela rua, e dividindo ainda mais a cidade. A primeira sede da Prefeitura Municipal foi construída na época, atrás da igreja matriz, onde atualmente existe uma sorveteria. A Câmara Municipal funcionava também na praça Rio Branco, num edifício (demolido e substituído mais tarde) onde hoje está um anexo da atual sede da Prefeitura Municipal. Diversas residências em torno do perímetro central, local mais valorizado, mansões que permanecem até os dias atuais como símbolos da riqueza cafeeira, foram construídas na época por abastados fazendeiros e comerciantes. Muitas permanecem de pé até hoje, como a da atual Casa da Cultura, construída pelo banqueiro Aidar, que acabou sendo vendida para o banqueiro Queiroz após a crise de 1929. Também podemos destacar as casas comerciais construídas à época, como a sede do Banco Antonio de Queiroz, à rua São Pedro, inaugurada em 1926 (atualmente transformada em hotel), ou os casarões da esquina da rua Sebastião de Souza Lima com a praça Rio Branco, em 1928 e 1929, que tinham o comércio embaixo e a residência em cima, com uma arquitetura imponente, e que permanecem até os dias atuais como símbolos de beleza arquitetônica, preservados. Dessa época também é preciso destacar o edifício do Cine Teatro Ruy Barbosa, na praça Rio Branco, que começou a funcionar em 1924 com este nome (antes foi Ideal Cinema e Paris Cinema), e durou até o início da década de 1990, com outra arquitetura, mas com outro nome. O Atlético Monte Azul foi criado em abril de 1920, e seu campo de jogos foi logo construído na rua Floriano Peixoto, no local onde atualmente está o prédio do Fórum local. Havia diversos clubes sociais na época, sendo os mais famosos o da Sociedade Hespanhola (com essa grafia mesmo), à rua Major Hildebrando de Assis Pinto, entre as ruas São João e São Pedro, e o da Sociedade Italiana, este no local onde está a atual Câmara Municipal. Outro clube da época foi o Monte Azul Tênis Clube, fundado em janeiro de 1929 pela elite da época. Interessante lembrar que um dos símbolos de Monte Azul, a herma de Rui Barbosa na praça Rio Branco, também é desta época, de 1924. Isso se dá devido à influência baiana de migrantes que muito contribuíram com o nosso progresso naquela época, como as famílias Queiroz, Borges de Morais e Souza Lima, entre outros.
Paris Cinema, que se tornaria o Cine Teatro Rui Barbosa.
Primeira Câmara Municipal de Monte Azul Paulista.
Segunda Câmara Municipal de Monte Azul Paulista.
Sede do Banco Antonio de Queiroz, e atualmente como Hotel São Pedro.
PRESERVADAS: Algumas construções das décadas de 1920 e 1930:
OUTROS: Então, da crise de 1929 até depois de 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial, foi um período de muitos problemas, com menos prosperidade. É preciso lembrar também que as consequências da crise mundial de 1929 atingiram demais a economia brasileira, refletindo politicamente, como acontece atualmente com a atual pandemia. Revoluções e revoltas, além de golpes políticos, ocorreram no país. A revolução de 1932 contra o golpe de Getúlio Vargas e seus comandados foi um desses acontecimentos, que acabaram gerando uma ditadura. Foram tempos bem difíceis, e Monte Azul Paulista também sentiu. Mesmo assim, comerciantes bem estruturados conseguiram se reerguer, se manter e até melhorar. Na época, surgiu uma nova Casa Bancária, o Banco Julião Arroyo (em 1935), que marcou nossa História por mais de 45 anos, ao lado do Banco Antônio de Queiroz. Seus proprietários marcaram nossa História com os embates políticos, que conseguiram movimentar a cidade por muito tempo, sempre com respeito mútuo, ajudando a fazer com que a cidade progredisse. Outros acontecimentos marcantes nas décadas de 1930 e 1940 conseguiram preservar nossa cidade de uma crise maior. Em 1937, um novo cinema, chamado Cine Azul, surgiu na rua Floriano Peixoto, para competir com o Cine Teatro Rui Barbosa, mantendo-se em atividade na cidade na fase áurea do cinema mundial. Em 6 de agosto de 1944 foi inaugurado o novo campo de futebol do Atlético Monte Azul, após grande campanha promovida para comprar a atual área do estádio Otacília Patrício Arroyo. Em 1946 foi inaugurado o Posto de Puericultura, importante e imponente edifício na praça Coronel Licas (atual UBS Saúde da Mulher Maria de Lurdes de Campos da Silva, “Malu”). No mesmo ano houve um acontecimento simbólico e muito importante, a queima dos papéis da dívida do município, que marcou nossa História. Isso foi feito em meio às obras de construção do prédio escolar municipal mais emblemático de nossa cidade, fundamental para o nosso desenvolvimento, o da atual Escola Aureliano Junqueira Franco, que seria inaugurado no final da década de 1940. Em 1947 o cheque para pagamento da dívida finalmente foi entregue e a mesma foi liquidada (desde 1928 estávamos individados). Também em 1947 começaria a arrecadação de dinheiro para as obras do edifício da maternidade (atual Hospital e Maternidade Fernando Magalhães), inaugurada em 14 de novembro de 1948, que marcou nossa cidade. Outra obra importante foi a urbanização de nossa praça matriz, a Rio Branco. Nessa época ela foi totalmente calçada, com a fiação toda subterrânea. Em 1949 foi inaugurado o Matadouro Municipal, obra importante à época, pois não existiam frigoríficos próximos. Também foi inaugurado o campo de aviação, onde atualmente está reservado para o novo distrito industrial. A praça Capitão Domingos Cione também foi inaugurada na mesma época, e receberia o viveiro de pássaros na década de 1960, ando a ser conhecida desde então como Jardim dos arinhos.
Cine Azul, na rua Floriano Peixoto.
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terça-feira, 28 de setembro de 2021 686426

Monte Azul Paulista - 125 anos de Fundação 14p42

Celebrar a fundação de Monte Azul Paulista é sempre importante e necessário. Um povo jamais pode deixar de conhecer sua História, preservar a História de seus anteados, reverenciar seus melhores feitos, e manter tudo isso preservado de forma que possamos sempre seguir seus bons exemplos, e aprender com seus erros. A preservação da memória histórica é fundamental para que saibamos como chegamos ao presente. Nossa cidade foi fundada em 29 de junho de 1896, como confirma o grande historiador João Francisco Massoneto em seu livro “Monte Azul Paulista – A História de Sua Existência”. E quem teve a principal iniciativa de tal feito foi Cassiano Felipe Alves (ou Felipe Cassiano), que, morando na Fazenda Avanhandava, onde ava o rio de mesmo nome, no ano de 1895 teve sua esposa uma grave moléstia, que diversos médicos não conseguiam curar, sendo inclusive “desenganada”. Católico, muito devoto do Senhor Bom Jesus, prometera que, se ela fosse curada doaria alguns alqueires de terras para ser construído um Patrimônio, ou uma nova vila da igreja. Como sua esposa acabou sendo curada após um certo período, Felipe Cassiano se viu na obrigação de cumprir a promessa após a graça alcançada, e contou com a ajuda de diversos proprietários, principalmente Joaquim da Costa Penha, outro grande devoto do Senhor Bom Jesus. Naquela época, as propriedades rurais ainda tinham muita mata fechada, com poucas terras cultivadas. Assim, após reunião com as principais famílias proprietárias de terras da região, decidiram fundar o Patrimônio do Senhor Bom Jesus no alto de uma colina, na divisa de duas das principais fazendas, Avanhandava (ou Avanhandavinha) e Palmeiras (ou Cachoeirinha), onde atualmente se situa a fonte luminosa, na praça Rio Branco. Uma cruz foi instalada ali por Felipe Cassiano, após Romualdo Pereira (ou Romualdo Antônio Pereira) ter desmatado o local com um velho facão e uma foice. Apesar da colocação da cruz naquela data, em 29 de junho de 1896, a área do Patrimônio só foi oficializada no ano seguinte, em 2 de setembro de 1897, após as doações efetivadas pelas famílias proprietárias. Foram 25 alqueires no total, registrados inicialmente no Cartório do 1º Ofício de Bebedouro, no livro 2, fls. 91. O fabriqueiro representante da igreja foi Sabino Gonçalves da Cruz. Já o registro da escritura de doação só foi feito em 11 de março de 1909. O Patrimônio chamava-se Senhor Bom Jesus do Avanhandavinha. Essa área não foi doada apenas por Joaquim da Costa Penha. Eram áreas de várias pessoas, que fizeram uma procuração para ele afim de diminuir os custos de transmissão. Consta que, além destes 25 alqueires, também a família Junqueira autorizou o Coronel Aureliano Junqueira Franco a doar mais 24 alqueires para o Patrimônio, e além disso, Leopoldo Rangel também teria doado mais 5 alqueires. Na verdade, o que está comprovadamente registrado em nome da igreja são os 25 alqueires, segundo o historiador João Francisco Massoneto. O NOME Em 1896 o novo patrimônio foi batizado de São Bom Jesus do Avanhandavinha, que perdurou até 1899, quando ou a chamar-se São Bom Jesus do Monte Azul. Em 1900 tem o nome Monte Azul definido, que perdurou até 1944, quando o governo Getulio Vargas decidiu que não poderia ter dois nomes iguais para as cidades do país, mesmo sendo em outro Estado. ou a chamar-se Itassugui em 1944, mas no mesmo ano mudou para Monte Azul do Turvo e, em 1948, já com um novo governo federal, recebeu em definitivo o nome Monte Azul Paulista, por sugestão do saudoso Julião Arroyo.
Bairros Tudo indica que o centro de Monte Azul Paulista, criado a partir de planta do engenheiro João Mastrella, foi desenhado entre o dia 29 de junho de 1896, data em que colocaram o marco inicial, uma cruz, no local, e 2 de setembro de 1897, quando foi lavrada a escritura de doação da área para a construção do futuro patrimônio da Igreja, pois algumas quadras da planta foram descritas na escritura como reservadas e livres de aforamento, ou seja, não pagariam impostos para a igreja, que seria a nova proprietária. Temos uma cópia de um desenho do centro da cidade feita muito tempo depois, mas que mostra o formato de aranha em que a cidade havia sido planejada. Esse desenho mostra o primeiro bairro da cidade, o Centro. Mas, e os outros bairros? Conhecemos como surgiram? Sabemos realmente a origem, o dia em que os proprietários resolveram lotear ou fazer um novo empreendimento imobiliário em nossa cidade? São muitas as questões que nos chamam a atenção, e A Comarca nesta edição resolveu contar um pouco destas Histórias, para que os leitores tenham pelo menos uma noção de como surgem, ou surgiram, os nossos bairros. Monte Azul Paulista possui atualmente 26 bairros, incluindo um que ainda não iniciou as vendas dos terrenos, segundo podemos constatar. Também temos dois bairros no distrito de Marcondésia, totalizando então 28 bairros. Alguns são pequenos demais para se chamar de bairros, mas possuem história e estrutura suficientes para manter esse status. Nesta edição especial de aniversário apresentamos um pouco da História de cada bairro do município.
História e características Quando percorremos as ruas de nossa cidade nos deparamos com inúmeros edifícios, de todos os tipos e tamanhos. Infelizmente, imitando os grandes centros, a maioria destes edifícios com o tempo perde suas características históricas, alguns até sendo completamente demolidos. Poucos se mantém originais. A planta atual da cidade, mostrada nesta página, também mostra que não somente os edifícios mudaram, mas as características principais do planejamento do centro, onde tudo começou, e é fácil perceber que praticamente apenas o centro permaneceu de acordo com a planta original. A maioria dos outros bairros, surgidos a partir da década de 1970, transformou tudo em um emaranhado de ruas como as de qualquer cidade do país, com pouco planejamento e muita especulação, compadrismo e falta de respeito à própria História da cidade. O dinheiro falou mais alto, infelizmente, para quase todos os novos bairros. Muitas histórias, verdadeiras ou não, mostram que amizades políticas e influência junto aos poderes constituídos definiram diversos desses bairros, que muitas vezes tentaram obstruir outras ações de adversários políticos, pensando apenas no poder. Vejamos a seguir, como e quando surgiram esses bairros.
Centro Centro: O primeiro bairro, como não poderia deixar de ser, é o Centro, onde tudo começou, o maior bairro da cidade. Surgiu com o desenho do engenheiro João Mastrella em forma de teia de aranha, que podemos perceber na foto e na planta atual nesta página, com as quadras e lotes demarcados, a maioria pertencente à Paróquia, mas alguns permanecentes a fundadores e criadores da cidade. Havia, sim, um planejamento minucioso, com as praças demarcadas, as ruas definidas para determinados fins, e até as medidas e parâmetros para que a cidade permanecesse como um local seguro e agradável para se viver. Importante destacar que não havia automóveis na época do desenho. Por isso, pensava-se muito em áreas verdes, para plantio e cuidados com os animais. Por isso, os lotes eram grandes. Com a definição dos lotes, logo surgiram os primeiros edifícios, primeiramente de formas simples, sem muitos detalhes. Inclusive a primeira capela foi construída de forma bem simples, demorando quase 20 anos para que a igreja matriz tivesse realmente um edifício à altura. Nosso jornal O Município, atual A Comarca, costumava colocar em suas edições semanais, desde 1915, os destaques em construção na cidade, que chamavam mais atenção e, por isso, eram elogiados. O Centro de Monte Azul Paulista é amplo, o maior bairro, e permaneceu como único bairro da cidade por mais de 70 anos. Ali se situa o principal comércio da cidade, com supermercados, clubes sociais, farmácias e drogarias, agências bancárias, correio, hospitais, consultórios médicos, lanchonetes, restaurantes, bares, postos de combustíveis, escritórios empresariais, de contabilidade, veículos de comunicação, escolas, edifícios públicos como a prefeitura, o fórum, cartórios, e tantos outros. É o local mais valorizado comercialmente, e desde o início, quando os portugueses, italianos, espanhóis e, principalmente, os sírios e libaneses, chegaram como imigrantes, logo se destacando como grandes empreendedores, diversos edifícios comerciais foram construídos, em especial na rua São Pedro. Alguns brasileiros de outros estados, como os baianos, conseguiram também ter muito sucesso por aqui, e ajudaram a transformar a cidade, em especial o Centro, onde se destacam edifícios construídos no início do século ado, como a atual Casa da Cultura, os casarões da esquina da rua Sebastião de Souza Lima com a praça Rio Branco, ou a casa que pertenceu a João Abarca, depois Julião Arroyo e, atualmente, a Vanderlei Rodas, na rua São Pedro, as casas da rua Dr. Cícero de Moraes, que foram construídas por famílias espanholas, como os Hernandes, e mesmo os edifícios comerciais mais antigos, que sofreram modificações mas permanecem com características antigas, da época de suas construções. Ainda temos algo a preservar, e tudo faz parte da História. Sem dúvida, nosso principal cartão postal, em especial a praça Rio Branco com suas pedras portuguesas, a herma de Rui Barbosa, a fonte luminosa e a Igreja Matriz. Atualmente, o Centro possui mais de 2.000 edifícios, incluindo um de apartamentos, com 12 andares.
Jardim Primavera: No ano de 1975, refletindo a urbanização maciça do país a partir das duas décadas anteriores, surge, finalmente, o segundo bairro da cidade, atualmente chamado de Jardim Primavera, formado por 60 moradias da antiga CECAP (hoje CDHU), que foram as primeiras casas populares da cidade, e pelo Jardim Icaraí, com 90 casas populares construídas a partir de 1988, que muitos consideram como bairro. Interessante lembrar que para essas primeiras casas populares, da Cecap, praticamente não houve disputa para recebê-las, pois na época as pessoas não queriam. Muitas casas foram entregues graças à insistência da prefeitura em oferecê-las. Na década seguinte, com o boom da citricultura, com muitos migrantes, tudo mudou. O bairro possui um comércio ativo, com padaria, bares, distribuidores de bebidas, rede autorizada de refrigeração, restaurador de móveis, distribuidor de água e gás, oficinas mecânicas e elétricas, entre outros. Possui algumas praças mal conservadas, em especial na antiga Cecap, e um local para a prática de esportes, com um campo de futebol e uma quadra de volei de areia, nem sempre com manutenção adequada. A escola estadual Nena Giannasi Buck pode ser considerada como parte deste bairro e seu principal destaque arquitetônico. Foi entregue na mesma época da Cecap, assim como a praça Sebastião Baraldi (antiga Paulo Egídio Martins), em frente à escola. O pomar social é uma área de lazer muito boa, ao final do bairro.
Cruzeiro: O centro da cidade já foi maior. Ele acabou tendo uma divisão, com algumas das quadras originais ando a pertencer a outro bairro, o Cruzeiro, que a partir do final da década de 1970 ou a ser considerado como um bairro. Diversas questões de ordem social fizeram com que isso acontecesse. Situado a apenas duas quadras do centro, é um bairro de classe social mais baixa, que mudou muito nos últimos anos. Uma creche e uma escola estadual foram construídas no bairro, moradores já fizeram festa do peão com muito sucesso. Algumas igrejas são mantidas no bairro, com destaque para uma capela católica de São Benedito, que marca o bairro e seu principal símbolo, o cruzeiro na pracinha. Dentro do bairro temos um local chamado Jardim da Ponte, considerado inadequado para se viver, onde a maioria dos moradores já foi retirada e realocada em um novo bairro.
Bela Vista: Outro bairro que seria parte do centro da cidade é o Bela Vista, que surgiu na década de 1970. Pequeno, mas valorizado por sua localização, o bairro foi construído a partir de uma chácara da família David. Possui perto de 100 edifícios, a maioria residenciais, mas tem um comércio ativo, com bares, lanchonetes, padaria e açougue. De fácil o, é um bairro de classe média, praticamente sem terrenos disponíveis. Possui uma praça para lazer (foto ao lado), com academia ao ar livre e uma estrutura de concreto que poderia ser considerada como símbolo do bairro. São Sebastião: Este bairro foi construído inicialmente em sistema de mutirão a partir de 1980, com 56 casas. Logo em seguida, foram construídas mais cerca de 40 casas populares pela prefeitura municipal. Foram ainda incorporadas mais cerca de 200 edificações ao bairro, transformando o mesmo em um dos maiores de Monte Azul Paulista, com um total de 300 edifícios, a maior parte formada por residências. Existem duas praças no bairro, uma pequena, já na divisa com o bairro Bela Vista, e a outra maior, mas um pouco abandonada. O Centro de Lazer Centenário é o principal ponto de lazer do bairro.
Residencial Arroyo: Predominantemente residencial, o bairro Residencial Arroyo foi registrado em 1980 pela família Arroyo na antiga chácara da família, sendo atualmente um dos bairros mais valorizados de Monte Azul Paulista. Lançado com 204 lotes, conta atualmente com cerca de 150 edificações. Sua localização é privilegiada, na principal entrada da cidade, e está sendo ampliado atualmente. Tem como vizinhos o centro, o Jardim Primavera e uma área rural. Possui uma pequena praça urbanizada e o pomar social dividido com o Icaraí, cuja área foi cedida pela família Arroyo para a prefeitura construir, e onde o lazer encontra estrutura para os moradores. Ao lado, a praça Beatriz Kohlman, em 1987, ano da inauguração.
Jardim Itamaraty: Monte Azul Paulista, até a década de 1980, construía seus principais imóveis residenciais no Centro da cidade, onde sempre foram mais valorizados. Com a riqueza trazida pela citricultura, foram criados alguns bairros mais imponentes e destinados à elite da cidade. O principal bairro é o Jardim Itamaraty, com um padrão de primeiro mundo, que possui verdadeiras mansões. Possui também uma grande praça, um condomínio fechado, e é rodeado por chácaras e o centro da cidade, além de um clube social de campo. Criado em 1979 a partir de uma chácara da família Barbeiro, o bairro possui cerca de 100 residências atualmente, sendo a antiga sede da propriedade um dos principais símbolos de beleza arquitetônica do bairro. Ao lado, a bonita praça Aurélio Coelho Blanco, quando de sua inauguração.
Ciappina: Criado em 1980 por Celso Ciappina, é um bairro pequeno, com cerca de 90 casas, junto a uma quadra da rua Sebastião de Souza Lima, fazendo divisa com o Centro, mas com uma ligação maior com o bairro São Francisco, pela proximidade. Circundado por várias áreas rurais, possui um campo de futebol que gerou muitos problemas, pois ficou sem escritura por mais de 30 anos. É o seu principal símbolo.
São Francisco: O bairro São Francisco é um dos maiores bairros de nossa cidade. Lançado em 1979, possui uma escola pública, Alzira de Freitas Casseb, com ensino até o 9º Ano, e uma creche, de nome Margarida de Oliveira Del’Arco. Possui como um grande símbolo a capela de São Francisco, construída pela igreja através do empenho maciço dos fieis católicos do bairro, e representa bem o espírito do bairro, que é constituído em sua maioria por famílias de classe média baixa. Algumas casas dos 564 lotes foram construídas pelo antigo SFH (Sistema Financeiro de Habitação) no início da década de 1980, que se situa entre o prolongamento da avenida da Saudade, hoje Antonio Correa, o Cemitério Municipal Américo Benhossi e algumas propriedades rurais. Sua principal área de lazer seria o Parque Denise, mas somente os campos de futebol foram mantidos desde a sua inauguração, em 2000. Suas piscinas foram utilizadas apenas uma vez (foto), depois foram abandonadas. Segundo os prefeitos que vieram depois, devido ao alto custo de manutenção. O bairro São Francisco possui um pequeno bairro dentro do bairro, constituído de casas onde vivem os antigos moradores do Matadouro Municipal, que funcionou próximo ao bairro Cruzeiro. São casas construídas a partir do loteamento feito pela família Sandrini no início da década de 80.
São Felipe: O bairro São Felipe foi criado em meio a uma polêmica sobre a área em que iria ocupar, no ano de 1991, de acordo com registros na Prefeitura Municipal. É um grande bairro de casas populares, habitado em sua grande maioria por famílias de classe média baixa. Fica às margens da avenida Liscano Coelho Blanco, anel viário, e faz divisa com áreas rurais e os bairros São Sebastião e São Judas Tadeu. Possui 263 casas registradas. Na verdade, parte do bairro, cerca de 60 casas, fica separado pelo anel viário, ao lado do Jardim São Sebastião. Possui uma creche bem estruturada, pequena. Após mais de 20 anos os moradores terão finalmente as escrituras de suas casas, pois a prefeitura terminou de pagar pela área, determinada pela Justiça através de precatório.
Distrito Industrial Valentim Tomazella: Monte Azul Paulista não tinha nenhum bairro destinado exclusivamente às indústrias até a década de 1990, até que resolveram criar um local para isso, e que tivesse fácil o às rodovias. Adquiriram uma área no trevo principal da cidade e construíram o distrito com lotes industriais, deixando ainda uma área para a construção da APAE, em área doada ao município. Eram diversos lotes, que o tempo se encarregou de mudar, com a economia mantendo apenas poucas empresas instaladas ali. Recebeu o nome de Valentim Tomazella, o principal criador e empreendedor das Bombas Submersas Leão (atual Francklin Electric), dentre outras invenções, que a família Plaza brilhantemente continuou. Há inúmeras histórias e controvérsias sobre o distrito industrial e outras áreas cedidas pela prefeitura em diversos momentos para empreendimentos industriais e comerciais, mas parece que tudo está resolvido nos dias atuais.
Colina do Sonho: Quando Monte Azul Paulista parecia crescer apenas para os lados norte, sul e leste, deixando a parte oeste da cidade praticamente estagnada, surgiu a ideia do empresário Ariovaldo de Moraes criar um empreendimento imobiliário naquela região, mais precisamente em sua propriedade, às margens da vicinal Moacir Alves de Lima, estrada para Paraíso. Ainda sem o anel viário completo, mas já desenhado em sua totalidade, o novo bairro seria lançado em meados de 1994, em sua primeira fase, com o nome Colina do Sonho, onde atualmente estão construídas cerca de 200 casas, residenciais e comerciais. É um bairro extremamente dinâmico devido, principalmente, à sua localização, que permite o convívio entre moradores e comerciantes, fazendo com que o trabalho muitas vezes fique próximo às moradias. Seu principal símbolo, sem dúvida nenhuma, é a loja Roberto Chaim Móveis, conhecida nacionalmente pelo luxo e sofisticação. Colina do Sonho II: O bairro Colina do Sonho II foi criado pelo mesmo proprietário a partir do ano de 1997, após a consolidação do primeiro Colina do Sonho. Atualmente, possui cerca de 90 edificações. O perfil dos moradores é o mesmo do bairro vizinho. Pode-se considerar como uma extensão deste. Várias residências valorizadas foram construídas em sua parte superior, às margens da vicinal Moacir Alves de Lima, próximas à loja de Roberto Chaim.
São Judas Tadeu: O bairro São Judas Tadeu foi construído por Sebastião Blanco Machado e registrado na Prefeitura Municipal de Monte Azul Paulista no ano de 1997. Ele também era o proprietário da área onde foi construído o bairro São Felipe, que tanta história gerou. Hoje temos um cartão postal no bairro, a capela de São Judas Tadeu, da igreja católica, construída pela família do proprietário e recém terminada pela Paróquia, uma magnífica obra arquitetônica moderna.
Residencial Baraldi: Com registro na Prefeitura Municipal no ano de 1996, o bairro Residencial Baraldi foi desenvolvido pela família Baraldi em duas etapas simultâneas, sendo atualmente um dos maiores bairros de Monte Azul Paulista, com cerca de 270 edificações, com ótima valorização imobiliária. Uma creche, inaugurada em 2012, a Lizetti Ciampolini Lotti Carminatti, se destaca, além do Parque Ecológico Dr. Claudio Gilberto Patrício Arroyo, principal área de lazer da cidade. Jardim Centenário: Formado por apenas cinco quadras, junto ao Anel Viário, avenida Liscano Coelho Blanco, o Jardim Centenário foi formado em 1997 pela família Guerreiro, proprietária da área, um ano depois que Monte Azul Paulista completou 100 anos de vida. Vila Nova: A família Guerreiro também construiu o bairro Vila Nova, junto à avenida Liscano Coelho Blanco, em frente ao bairro Centenário, indicando que o anel viário cortou a propriedade da família ao meio. Um bairro pequeno, mas dinâmico, com muito comércio, uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e algumas ruas sem saída.
Vila Real: O bairro Vila Real foi criado em 1994 pela família Crespo em sua antiga chácara, e atualmente é um dos bairros mais valorizados de Monte Azul Paulista, com algumas mansões e chácaras muito bonitas. O clube de campo do Recreativo é um grande atrativo do bairro. Um detalhe: tem apenas um o ao bairro, pela rua Saldanha Marinho. Ao lado do bairro situa-se a capela de “Santa Patrocínia”, retratada em livro de João Francisco Massoneto. Pajussara: Este bairro, na entrada da cidade, foi criado a partir da chácara da família Barato, mais especificamente de Pedro Barato, proprietário da área por mais de 50 anos, em meados da década de 1990. Com apenas 3 ruas, é considerado um bairro de classe média alta, com terrenos e casas valorizados devido à localização, ao sossego do bairro e à própria valorização dos terrenos, em sua maioria planos e com toda a infra-estrutura. É circundado por duas importantes avenidas de nossa cidade, a via de o Sebastião Fioreze e a avenida Theodoro Rodas, onde o comércio e a indústria se instalam com sucesso. Sua maior parte é constituída de casas, possuindo cerca de 100 moradias. Possui uma escola particular de ensino fundamental, oficinas elétrica e mecânica, empreiteiras, indústrias de painéis, de luminárias, de reforma e manutenção de bombas submersas, de placas de propaganda, de artefatos de madeira, borracharia, escritórios rurais e de construção, um bar e restaurante, um salão de beleza, comércio de veículos, além do Terminal Rodoviário Generoso Plaza, entre outros. Ao lado do Pajussara temos o Stangarlin, que é considerado como parte do Centro da cidade.
Vereador Paulo Gurjon: Diversos bairros surgiram na última década, graças ao incentivo da prefeitura e outros detalhes. O bairro Vereador Paulo Gurjon, primeiro com um nome específico de uma pessoa na cidade (em Marcondésia já existia o bairro Hygino Fioreze), foi inaugurado em 2012, e possui 83 residências populares construídas pela CDHU. Situa-se no anel viário. Residencial Jequitibá: Um bairro residencial diferente, inovador. Assim podemos considerar o Residencial Jequitibá, lançado pela empresa Blancocitrus em junho de 2012, com 63 lotes. Em lugar valorizado, próximo ao centro e ao anel viário, possui um terreno que poderia ser considerado como um condomínio de alto padrão, graças à valorização e à boa estrutura, cercado por um muro. É predominantemente residencial, mas na rua Silva Jardim, incorporada ao bairro, tem alto potencial comercial, como podemos perceber pelas academias ali existentes e outros empreendimentos que foram instalados. Jardim dos Ipês: Lançado em maio de 2013 por uma empresa de Monte Alto, SP, o bairro Jardim dos Ipês recebeu muita atenção por causa de sua localização, ao lado ao estádio Otacília Patrício Arroyo (do Atlético Monte Azul), e da Escola Nena Giannasi Buck, servindo ainda de ligação do Residencial Baraldi à praça Sebastião Baraldi, portanto, bem valorizado. Foram 80 lotes no início do lançamento. Jardim Amazonas: Em junho de 2013, uma empresa de Jaboticabal lançou um dos maiores loteamentos de Monte Azul Paulista, com 286 lotes. Surgia o Jardim Amazonas, um loteamento misto, residencial, comercial e industrial, bem na entrada da cidade, junto ao Terminal Rodoviário Generoso Plaza, no anel viário. A área, que por mais de 40 anos pertenceu a José Oscar Arroyo, foi vendida à imobiliária, que construiu um loteamento muito bem estruturado, hoje repleto de residências, comércio e indústria, além de uma praça e área verde. Jardim California: O bairro Jardim California surgiu a partir de novembro de 2014, quando foi lançado oficialmente. Constituído por dois projetos, um de 142 casas populares, Minha Casa Minha Vida, e outro particular, está localizado junto à vicinal Moacir Alves de Lima, após o Colina do Sonho II, onde podem ser implantados empreendimentos comerciais. Nestor Elias David: O bairro Nestor Elias David, segundo com o nome de uma pessoa na cidade, surgiu a partir de 2014, quando foi aprovada a documentação do projeto, que seria o maior da cidade em termos de casas populares, 278 no total. A construtora foi a CDHU. Foi entregue em setembro de 2019. Um belo projeto, que merece ser parabenizado. Logicamente, existem obras ainda a serem realizadas, como a segunda via da avenida que dá o ao bairro, as praças para lazer e esportes, além de obras institucionais necessárias, cujas áreas estão reservadas para tal. Obs.: nesta edição há uma notícia sobre a obtenção de verba para a construção da primeira praça. Residencial Santa Helena: Em julho de 2020 surgiu o empreendimento do bairro Jardim Santa Helena em uma área valorizada às margens da vicinal Moacir Alves de Lima (onde hoje temos uma avenida). São 123 lotes. O clube municipal Centenário está ao lado do bairro, assim como uma creche sendo construída, e outros edifícios públicos. Mesmo com toda a infraestrutura já concluída, ainda não foi lançado oficialmente, mas é um local que com certeza dará ótimos resultados, valorizando rapidamente. Distrito Industrial João Roberto David: No ano de 2015 a istração municipal de então decidiu construir em parte do antigo campo de aviação, às margens da rodovia Armando de Sales Oliveira (SP322), o segundo distrito industrial do município. No ano seguinte iniciou as obras, com as ruas sendo desenhadas e colocadas as guias para receber o asfalto, que até os dias de hoje ainda não chegou. Com certeza será um novo bairro, pois já está oficialmente homologado. Mas está quase abandonado atualmente. Distrito de Marcondésia: Monte Azul Paulista possui um distrito importante, o de Marcondésia. Diferente dos bairros, distritos são divisões istrativas formadas por um ou mais bairros. O distrito de Marcondésia possui atualmente dois bairros, que podemos considerar como Centro (do distrito) e o bairro Hygino Fioreze, formado na década de 1990 por casas populares da CDHU. Marcondésia surgiu como parte de Monte Azul Paulista através do Decreto Estadual de nº. 9775, de 30 de novembro de 1938. Anteriormente, pertencia a Cajobi. O local começou a se destacar graças aos imigrantes espanhóis que ali formaram um povoado, e com a chegada da ferrovia, em 1913, se transformou na primeira parada para quem se dirigia a Olímpia e o rio Grande, partindo de Monte Azul. O atual distrito chegou a ter um cartório a partir de 1926, que pertencia a Cajobi, que por sua vez pertencia à comarca de Barretos. Era próspero e até mais desenvolvido que a atual Olímpia no início do século ado. Hoje possui cerca de 200 edificações, com a maioria sendo residências, mas também possuindo pequenos comércios, com bares, lanchonetes e mini-mercado, entre outros. Possui uma escola municipal, a linda capela de Santo Antonio, seu cartão postal, o imponente barracão de festas, um velório, creche, um edifício da prefeitura e a avenida central, sempre bem cuidada, além do estádio de futebol, construído próximo ao local da extinta estação de trem.
TEXTOS: JOSÉ EDUARDO ARROYO FOTOS: A COMARCA / ARQUIVOS FONTES: LIVROS JOÃO FRANCISCO MASSONETTO / PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTE AZUL PAULISTA

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021 3f5h4c

José Cione - Uma vida dedicada às letras 2w285p

Especial de aniversário de A Comarca
homenageia José Cione.

A Comarca completa neste domingo, dia 17 de janeiro de 2021, 106 anos de vida. Criado em 1915 com o nome de “O Município”, nosso jornal mudou para o nome atual, “A Comarca”, em 1954, quando deixamos de ser dependentes juridicamente da cidade vizinha de Bebedouro. Foram datas marcantes para Monte Azul Paulista, e nosso jornal faz parte desta História, em especial com a família Cione, criadora de nosso hebdomadário.

E para celebrar nosso aniversário vamos falar de seu principal personagem, José Cione, ou Giuseppe Cione, ou simplesmente Zeca Cione para os mais íntimos, o fundador do jornal. Nascido em Bagnoli Irpino, na Itália, a 19 de abril de 1873, veio com sua família para o Brasil em fins do século XIX, sendo seu pai Miguel Cione e sua mãe Philomena Stíscia Cione, tendo como irmãos Pietro, Januário, Vicente, Caetano, Thereza, Domingos, Grazia, Adelaide e Benjamin. Casou-se em 21 de dezembro de 1901 com Annita Merlini Renucci e tiveram nove filhos: Miguel, Laura, Flora, Nestor, Alzira, Yolanda, Aida, Lamartine e Olivia. Sua família (italiana) era formada por distintas damas e cavalheiros, educados da melhor forma, pois formaram-se como advogados, jornalistas, professores, juízes de paz, todos muito cultos e cultas, como o patriarca e a matriarca. Assim, é fácil perceber por que José Cione formou-se como professor e jornalista, sendo um dos mais respeitados da época. Seu irmão, Januário, já havia se destacado como jornalista em outras cidades, e José seguia o mesmo caminho.

Certidão de Nascimento
italiana de José Cione.


Sua ligação com Monte Azul Paulista começou bem no início da História de nosso município, quando ou a residir aqui, sendo um dos primeiros professores. Pioneiro no lançamento de jornais no Estado, fundou e gerenciou diversos periódicos, não somente em nossa cidade, com profundo talento e criatividade. No início do século XX, quando nossa cidade era apenas distrito de Bebedouro, além de exercer a profissão de professor, ele construiu um comércio chamado Bazar Carlos Gomes que, no início de 1915 (ou fim de 1914), com a  criação de nosso município, sob grande influência de seu irmão, pelo qual seria o seu arauto, o capitão Domingos Leonardo Cione, destacado político (seria o primeiro presidente da Câmara Municipal de nosso município), criou o que seria o órgão impresso representante oficial do Partido Republicano Paulista, o PRP, o jornal “O Município”, junto ao comércio que mantinha e sua tipografia, à rua Marechal Deodoro da Fonseca, no local onde atualmente está a Casa da Cultura, que está em reforma. O seu bazar vendia livros, material escolar e diversos itens relacionados à tipografia da época.

Capa da primeira edição de O Município,
atual A Comarca, de Monte Azul Paulista-SP.

Fotomontagem da sede de O Município (atual A Comarca) em 1917,
que funcionava à rua Marechal Deodoro da Fonseca, centro de Monte Azul Paulista.

Sua influência foi grande em diversos segmentos em Monte Azul Paulista, e até no próprio Estado de São Paulo. Foi um dos idealizadores e membro nato da Associação Paulista de Imprensa, e também vice-presidente e fundador do Centro Regional de Imprensa, em São Paulo, SP. Exerceu o cargo de professor por muito tempo, fazendo parte da Sociedade Italiana de Monte Azul, que ajudou a fundar, inclusive escrevendo suas atas de reuniões. Sua capacidade intelectual era imensurável, e assim ajudou em diversos setores, como o esporte. É dele a ideia do nomeAtlético Monte Azul”, quando de sua fundação, a 28 de abril de 1920. Foi também oficial da então Guarda Nacional, importante posição de destaque na época.

Vemos em nossas páginas que, enquanto ele foi o redator do jornal, manteve sempre uma postura respeitosa, mas crítica, firme em suas convicções, com uma educação exemplar, sendo considerado modesto, ou bem humilde, por seus amigos e conhecidos, e como percebemos pelos artigos, análises, e até notícias veiculadas. Sempre manteve essa postura, inclusive em tempos de crises políticas, onde procurava não expor o jornal, apesar de sabermos que tinha simpatias por determinados políticos. Ele, como bom jornalista, manteve-se firme em sua neutralidade por diversas vezes. Nosso município era pequeno, mas as disputas políticas sempre foram acirradas, e poucos foram unânimes em suas atitudes. Pode-se dizer que José Cione foi um deles. Sem dúvida, um homem de letras, equilibrado e responsável. Um brilhante professor e jornalista exemplar.

José Cione com sua esposa, Annita Renucci Cione.

José Cione e sua esposa, Annita, com cinco de seus nove filhos:
Miguel, Laura, Flora, Nestor e Alzira.

Pouco antes de seu falecimento, já bastante enfermo, ainda disse para todos: “Viva o Brasil”. Como italiano de nascença, faleceu a 23 de setembro de 1942, em plena crise da Segunda Guerra Mundial, quando a Itália fascista havia se tornado nossa inimiga. Para ele, o Brasil era sua pátria e Monte Azul Paulista sua terra. José Cione havia deixado o jornal para um de seus filhos, Lamartine, e seu genro, Abes Abrão, casado com a sua filha Alzira. Tinha 70 anos incompletos, vivia em sua residência, à rua São Pedro, no então nº. 13, (em outro edifício, onde atualmente existe a residência de Regina Gomide) e foi reverenciado, após o seu falecimento, em várias edições de nosso jornal, em outros periódicos e por diversas personalidades importantes da época. Deixou um legado inestimável, fonte de pesquisas e principal material histórico de Monte Azul Paulista. Naquele ano de 1942 deixou os seguintes filhos: Miguel Cione, farmacêutico, casado com Leonor Pagliarini Cione, Laura, casada com Angelo França, Flora, casada com João da Silva Bruno, Nestor Antônio (Tonino), casado com Aurora Carvalho Cione, Alzira, casada com Abes Abrão, Iolanda Cione, Aida, casada com Vitório Rigoldi, Lamartine (que se casaria com Cyonéa Villas Boas), e Olivia, casada com Carlos Alberto Macedo Cardoso. Na época tinha 11 netos. Seus restos mortais estão no mausoléu da família Cione, no cemitério municipal Américo Benhossi, em Monte Azul Paulista. Sua esposa, Annita, viria a falecer em Monte Azul Paulista no dia 13 de março de 1955.

Capa de O Município anunciando o falecimento
de seu fundador, José Cione, em 1942.

Contracapa da edição que anunciou o falecimento.

Abaixo, as primeiras páginas das edições seguintes ao falecimento de José Cione.




Mausoléu da família Cione em Monte Azul Paulista-SP.


A Comarca ou a ser dirigida, a partir de 17 de novembro de 1940, ainda com o nome O Município, por Abes Abrão, tendo como redator Lamartine Cione, cargo que já exercia após a enfermidade do pai. Em pouco tempo, Lamartine, também professor e jornalista, seguiu o exemplo do pai, mantendo o jornal também de forma exemplar como diretor e redator. Depois, em 1959, em virtude de mudança com a família para São Paulo, SP, Lamartine decidiu vender o jornal (e a gráfica) para os irmãos José Oscar Arroyo e Osvaldo Expedito Arroyo, sendo o primeiro o principal mantenedor do jornal, pai do atual proprietário (desde 2007), José Eduardo Arroyo, e do responsável anterior, José Julião Arroyo.

Um jornal que nasceu como tantos outros, da política, se transformou no principal veículo de divulgação de notícias de Monte Azul Paulista, que hoje tenta se renovar em parceria com a internet e outros meios de comunicação, procurando seguir os os deste homem exemplar, o principal responsável por essa História.

A Comarca agradece a José Cione e sua família por tudo o que fez, não somente pelo jornal, mas por Monte Azul Paulista e sua História. Muito obrigado! Parabéns pelo belo trabalho! E a todos que, de alguma forma, ajudaram a construir essa História.


José Cione
19/04/1873
23/09/1942




terça-feira, 13 de outubro de 2020 374b4l

MEMÓRIA: CORONEL AURELIANO JUNQUEIRA FRANCO 1w5r2n

Gente da Nossa Terra (GNT) procura contar um pouco da história de grandes personagens da História política de Monte Azul Paulista, de pessoas que ajudaram a desenvolver a nossa cidade. Em tempos de eleições municipais, onde atualmente coisas básicas são reverenciadas como grandes conquistas, é preciso sempre lembrar que tivemos grandes políticos, que além de conseguir muito para o município, ainda doaram parte do próprio patrimônio, deixando um legado inestimável. Nesta edição retratamos um pouco da vida do Coronel Aureliano Junqueira Franco, o famoso Coronel Licas, que entre tantos serviços prestados e importantes colaborações, teve merecidamente seu nome gravado no Grupo Escolar, inaugurado em 1951, pelo governo do Estado, e também numa praça municipal.


CORONEL LICAS

Para chegar a esta história pesquisamos os livros “As Ruas de Minha Terra” e “Monte Azul Paulista - A História de sua existência”, ambos de João Francisco Massoneto, que retratam a denominação da praça Coronel Licas e um pouco da História deste importante personagem para o município. Também pesquisamos os exemplares de nosso jornal de sua época. O nome desse digno cidadão é Aureliano Junqueira Franco, filho de Antonio Júlio Junqueira Franco e de Carlota Ubaldina Diniz Junqueira, nascido a 4 de agosto de 1875 na Fazenda da Barra, que pertencia a Bebedouro. Viria a se tornar o Coronel Licas.

Coronel Aureliano, sua esposa Adelina e seus 8 filhos em 1930.

FAMÍLIA JUNQUEIRA

A tradicional família já residia e possuía terras em nossa região, antes mesmo da fundação de Monte Azul Paulista. Após Felipe Cassiano e Joaquim da Costa Penha darem início ao Patrimônio, tiveram, entre outros, como fiel aliado Aureliano Junqueira Franco, que durante toda sua vida, até o seu falecimento, em 7 de setembro de 1949, esteve à frente de partidos políticos, envolvido direta ou indiretamente no engrandecimento da nossa cidade.

TERRAS

Consta que no início, por volta de 1896, quando da fundação do Patrimônio, a família Junqueira, tendo à frente Aureliano Junqueira Franco, teria doado terras para a formação do mesmo, e isto faz sentido, pois a rua São Pedro, em direção a Colina, situava-se na Fazenda Palmeiras, propriedade da família, que incluía suas imensas glebas de terras. Hoje há convicção de que parte da cidade está localizada na então fazenda Palmeiras.

Coronel Aureliano, sua esposa e parte da família Junqueira em 1940.

POLÍTICO

Coronel Aureliano Junqueira Franco foi vereador e presidente da Câmara Municipal, eleito em 23 de maio de 1936 quando os Poderes Legislativos voltaram a se reunir, após o governo de Getúlio Vargas, em 1930, extinguir o Poder Legislativo. Entre tantos serviços prestados, marcou seu nome para sempre na História de Monte Azul Paulista quando foram queimados pelo Embaixador José Carlos de Macedo Soares, em ato simbólico no edifício em construção do futuro Grupo Escolar, os papéis de uma suposta dívida, de valores bem altos, com o município de Bebedouro, que nunca havia sido provada com documentos. Sua atuação foi fundamental para encerrar um ciclo que estava segurando o desenvolvimento do município. Foi um árduo defensor da Educação, batalhando sempre pelo ensino. Consta que o primeiro grupo escolar da cidade, instalado em 20 de julho de 1918, teve o Coronel Licas como principal batalhador pela conquista. Assim, após o seu falecimento, mereceu uma importante homenagem. Teve seu nome gravado na inauguração do então Grupo Escolar, em 1951, que atualmente se chama EMEF Cel. Aureliano Junqueira Franco. A Prefeitura também resolveu nomear uma praça com o seu nome, onde hoje estão o Clube Recreativo Monteazulense, a Maternidade Fernando Magalhães e o Saúde da Mulher.

Queima dos papéis da "dívida" de Monte Azul Paulista nas obras do futuro Grupo Escolar, em 1946.

FAMÍLIA

Aureliano Junqueira Franco deixou um legado político inestimável. Foi um dos principais nomes que comandaram a organização dos primeiros terrenos do município, junto com o capitão Domingos José Cione. Colaborou para ser construída a primeira capela do Senhor Bom Jesus na praça Rio Branco, a primeira delegacia, e outros edifícios públicos. Foi Juiz de Paz, ou Juiz de Casamentos, em 1916. Residiu à rua São Pedro, no então número 10, próximo à atual casa lotérica, onde hoje existe um terreno vazio, murado. Foi casado com Adelina Junqueira Franco, e tiveram 8 filhos: Mauro, casado com Maria José Kuhlmann Junqueira Franco, Maria de Lourdes, casada com José Henrique de Azevedo Marques, Jefferson, casado em primeiras núpcias com Maria Aparecida Marinho, e em segundas núpcias com Maria Aparecida Junqueira Franco, Washington, casado com Adelina Botelho, Newton, casado com Olga Barbeiro Messas, Norma, casada com Darci Rocha Campos, Jairo, casado com Marta Dib Junqueira Franco, e Caio, casado com Anita Diniz Junqueira. Muitos de seus descendentes vivem atualmente no município, e seguem seu exemplo de amor e dedicação ao município. 

Capa de nosso jornal, na época "O Município", em 1949.




A notícia sobre o nome dado ao Grupo Escolar pelo Governo do Estado em 1949.

Reprodução da notícia acima.